Muitas pessoas recebem uma educação que anula o entendimento da autenticidade. Ser autêntico exige uma luta permanente consigo mesmo, portanto, é mais fácil falar de autenticidade do que adquiri-la ou praticá-la. Confira o que você deve fazer para manter a autenticidade e a sua integridade.
De acordo com Nathaniel Branden, Ph.D. em
Psicologia, “as mentiras mais devastadoras para a nossa auto-estima não são as
que contamos, mas as que vivemos.” De fato, quando a realidade da nossa experiência
e a essência do nosso ser é distorcida, vivemos aquilo que comumente se
denomina de mentira, ilusão, auto-engano, fantasia e, por vezes, falta de
integridade. Tão difícil quanto aceitar a realidade é entender a autenticidade.
Autenticidade é a característica de quem é
autêntico, íntegro, legítimo, verdadeiro, sincero. Nesse sentido, você deixa de
ser autêntico quando:
- Demonstra superioridade ou inferioridade perante os
demais;
- Finge ter problemas para levar vantagem sobre alguém;
- Ostenta uma
situação incompatível com a sua realidade profissional e financeira;
- Muda com freqüência de credo e opinião;
- Age diferente do que sua consciência manda;
- Deixa-se influenciar pelo comportamento alheio;
- Levanta a
voz para fazer valer o seu ponto de vista;
- Abre mão de
suas convicções para ser aceito em determinado grupo;
- Vive uma vida que não é sua;
- Acredita mais nos outros do que em si mesmo;
- Preocupa-se
mais com os que outros pensam a seu respeito do que você mesmo;
- Fala uma coisa e faz outra.
Ser autêntico exige uma luta constante
consigo mesmo. Enquanto você tenta seguir à risca os ensinamentos proferidos
por seus pais, amigos do peito e professores inesquecíveis, o mundo ao seu
redor sugere o contrário: um pouco de mentira não faz mal; todo mundo trai;
ninguém vai sentir falta; todo mundo rouba; ladrão que rouba ladrão tem cem
anos de perdão; estudo não enche barriga e outras afirmações absurdas que
colocam em xeque a consciência e a autenticidade do ser humano.
Muitas pessoas recebem uma educação que
anula o entendimento da autenticidade. Desde pequenas, aprendem a sorrir para
quem não gostam, a negar o que sentem, a revidar em caso de ofensa, a apelar
quando necessário, a rejeitar alguns aspectos da sua condição em vez de tentar
entendê-los. Ser pobre ou menos abastado não significa ser inferior, mas não é
isso o que reina.
Infelizmente, viver uma vida anônima,
simples, com base em princípios e valores sólidos, não tem qualquer atrativo
para a mídia em geral que se vale da hipocrisia e da desgraça alheia. Para
atender aos anseios da sociedade em geral, as pessoas representam o tempo todo
e procuram fazer de tudo, em troca de alguns minutos de fama, exceto aquilo que
a consciência e o seu coração mandam. O homem só é sincero sozinho, dizia
Emerson, pensador norte-americano.
Certa vez assisti uma entrevista com um
advogado criminalista, o qual afirmava o seguinte: quando alguém tira a vida de
uma pessoa, aquilo provoca dor, desgosto, repulsa e outros sintomas difíceis de
serem corrigidos. Na segunda vez em que isso acontece, existe a uma dor
temporária, porém amenizada em função da primeira. A partir da terceira ou
quarta vida, a pessoa incorpora aquilo como se fosse algo normal, inerente à
condição humana, por uma questão de sobrevivência, autodefesa, lei do mais
forte ou coisa que o valha. Exemplo semelhante ocorre com os corruptos, os
infiéis, os traficantes e os estelionatários.
"Quanto você vive em meio à
mentira, acaba fazendo parte dela."
Por essas e outras razões, é bem mais fácil
falar de autenticidade do que adquiri-la, o que soa um pouco contraditório. Em
vida, nascemos e permanecemos autênticos por um bom tempo, entre a infância e
parte da adolescência. De alguma forma, a realidade do mundo consegue modificar
o comportamento das pessoas, algumas para o bem, outras nem tanto.
Em nome da sobrevivência, o ser humano
tende a se fingir de morto, a sufocar a dor, bajular, dissimular, exaltar
qualidades alheias e, por vezes, perder a fé em si mesmo. Entretanto, ser
autentico não significa revelar todos os segredos, entregar-se de corpo e alma
numa relação, emitir opiniões controvertidas, dizer abestalhadamente tudo o que
lhe vem à mente, disparar críticas infundadas, abrir mão das suas convicções.
Conservar a autenticidade é uma tarefa
hercúlea, pois o “eu interior” precisa estar em sintonia com o “eu exterior”.
Se, por um lado, pessoas autênticas são taxadas de antipáticas, frias e
indiferentes, por outro, são mais respeitadas, conseguem mais amigos e
transmitem mais confiança porque se pode contar com elas sem o perigo da
traição, da mentira e da hipocrisia.
Por fim, lembre-se: pessoas autênticas
valorizam a si mesmo e são mais autoconfiantes. Se você consegue expressar seus
sentimentos com sinceridade e sutileza ao mesmo tempo, sem ferir os sentimentos
alheios, você está no caminho certo. Ninguém conquista elevado nível de
autenticidade sem antes compreender a si mesmo e, depois, o universo ao seu
redor. De acordo com Jean-Sartre, filósofo francês, o desejo de adquirir a
autenticidade nada mais é do que o desejo de compreendê-la melhor e não a
perder.
Pense nisso e seja feliz
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